28.8.25

 

A Menina dos Olhos na Cidade sem Muros

Hoje (28.08)
fazem 37 anos da morte do meu pai. Poderia ser uma data fúnebre, mas não é: é um marco do amor de Deus sobre mim. Naquele dia, aos sete anos de idade, em meio à dor, o que ficou guardado não foi apenas a ausência, mas também as gargalhadas que dei com meu amigo André Nascimento. Ironia sagrada: enquanto ele ajudava a levantar um muro de proteção a pedido do meu pai, o riso nos mostrava que já havia uma outra cidade preparada — uma cidade sem muros, a cidade do riso de Deus. Ali ecoa a promessa:

“E eu mesmo serei para ela um muro de fogo em redor, diz o Senhor, e eu mesmo serei no meio dela a sua glória” (Zacarias 2.5).

Minha mãe, com fé, me deixou nessa cidade invisível. Ali, aprendi que fragilidade não é desproteção. Foi nesse espaço aberto que toquei instrumentos sem mestres, inventando música com os dedos. Depois vieram a ULM, Itamar Collaço, a musicoterapia, e cada nota parecia confirmar: o improviso de ontem é melodia hoje.

Na cidade sem muros, estudei línguas, caminhei pela publicidade, fui poupado de violências e assédios que rondavam meu bairro. Vi cair aqueles que confiavam em armas ou no abuso de poder — Guidão, Índio —, mas sobre mim repousava uma guarda silenciosa, como se o próprio Deus dissesse:

“Porque aquele que tocar em vós, toca na menina do seu olho” (Zacarias 2.8).

Hoje entendo: a cidade sem muros não é teoria, é experiência. É gargalhada em meio à dor, é proteção no improviso, é vida preservada quando tudo poderia desandar. É o espaço em que descobri que o olhar de Deus me sustentava quando não havia muralhas.

E agora, mais do que protegido, quero ser participante. Quero viver e construir o Reino. Se fui guardado, é para guardar; se fui poupado, é para semear vida.

Por isso, eu te convido: venha confiar e desfrutar da cidade sem muros. Não é uma utopia; é a realidade do povo que sabe que Deus mesmo se coloca como seu protetor. Ele é muralha de fogo, é glória no meio, é aquele que fala com seus anjos em favor do seu povo:

“Eis que o anjo que falava comigo saiu, e outro anjo lhe saiu ao encontro” (Zacarias 2.3).

E a certeza final é esta:

“Eis que levantarei a minha mão sobre eles, e eles servirão de despojo aos que os serviram; assim sabereis que o Senhor dos Exércitos é quem me enviou” (Zacarias 2.9).

Na cidade sem muros, não estamos desamparados: somos cuidados pelo Senhor dos Exércitos, que nos chama de sua própria menina dos olhos.

 

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