27.3.07

Diagnósticos


A repercussão da verídica história do CEASA fez com que diáconos ativos de nossas igrejas manifestassem suas experiências.
Ouvi tantos testemunhos que quase monto uma organização terapêutica para meus irmãos.
Uma irmã chegou emocionada e disse:
- Hei Varão, li sua história e sei que não é fácil, - domingo desses de ceia, dizia ela, entrou na igreja um homem tão mal cheiroso, que não dava nem para chegar perto! Ardiam tantos os olhos e o nariz que um presbítero exortou!
- Irmã! Sei que você está comovida com a situação deste homem, e que não consegue parar de chorar! Mais pelo amor de Deus o coloque pra fora se não a gente perde a linha!
- Mais não era choro, irmão, era o cheiro que entrava pelo nariz igual à cebola da sopa do irmão! Não vou publicar a história da irmã, pois não tenho autorização para isso, mais disse ela que deram banho no cabra, e no domingo seguinte, um diácono pediu licença, a irmã zeladora pediu demissão, pois, viu que não ia conseguir tirar o cheiro do banheiro.
Outro irmão ficou bravo comigo e disse quem põe a mão no arado, não pode olhar para traz, que não é para ficar satirizando a obra do Senhor com historinhas, mais o fato é esse! Compartilhar para que os próximos aprendam e não cometam os mesmos erros. Acho graça em poder contribuir, e ver de forma bem humorada o desenrolar de nossa caminhada.
Sei que Deus é santo e jamais pretendo brincar com sua santidade, tiro as sandálias dos meus pés.
Quero, entretanto, me alegrar neste voto de confiança de minha comunidade que tem tantas histórias, tristes e comoventes que dariam vários roteiros com indicação ao Oscar pela dramaticidade dos eventos e se não tiver alívio, não vermos com bom humor o agir de Deus ai fica difícil.
Certo diácono, agora presbítero falou que se ganhasse mais uma eleição para diácono iria desviar, cair da graça!
- Irmão é tanta confusão, que quando minha mulher fala que precisamos fazer a compra do mês não consigo comprar nem Danoninho – penso tem: - tanta gente passando fome e eu vou tomar Coca – Cola! O irmão falou que quase perdeu o casamento!
É Irmão, se envolver com este ministério é coisa para crente que consegue separar as coisas, ter prudência e sabedoria, tem que ser conhecedor da palavra, de psicologia e ter bom senso.
Outro dia estávamos na escola dominical, entrou uma moça na igreja com uma sacolinha de frutas na mão, bem no finalzinho da escola dominical. Estávamos ouvindo os avisos do pastor quando ela entrou foi até a frente da igreja, fez um movimento esquisito, ficou rodando lá na frente quando o pastor convocou logo quem para manter a ordem?
Lá fui eu, olhei nos olhos da moça, e convidei-a para conversar fora do templo.
Aparentemente ela não cheirava álcool, nem parecia drogada, apenas transtornada!
Fomos para fora com mais dois diáconos, ela se dizia abençoadora, e que iria abençoar-nos, queria orar pela gente!
Perguntei como ela havia chegado até ali, e o que queria – suas palavras não tinham nexo – diagnostico:
Demônio!

É você não crê! Mais era! Oramos e oramos, o pastor chegou, oramos mais uma vez! Tudo em paz, até uma irmã chegar e me dizer!
Crente, você precisa se preparar mais – o movimento que ela fez lá na frente da igreja era da “Pomba – Gira” ela dançou para um homem e você foi lá e deu a mão para ela!
Pensa num crente que tremeu!
É não estou brincando não, desde criança não gosto desta conversa, prefiro falar de benção, de como ter uma vida sadia no cristianismo! Ficar estudando demônio, e possessões demoníacas, nunca foi legal.
Dias desses fui convidado para pregar numa igreja do meu bairro, o pastor antes da minha explanação dizia que o crente tem que saber o nome dos “coisa’ – (não quero ficar falando e repetindo o nome disso, do sassá, do cão rabudo), para quando for expulsar, falar logo pelo nome, para não errar e acabar logo com a confusão.
Ele instruia a igreja para não ficar chamando as crianças de moleque, pois, vinha de moloco que era nome ruim!
O povo gosta de etimologia, tem sempre nas pregações... Vêm do grego e quer dizer...
É irmãos, não sei nem o que dizer, sei que esta irmã falou que dei brecha, então - fiquei em oração.
Qualquer movimento estranho eu já repreendia,
Nem pegar na mão da minha noiva eu queria - sei lá! Não entendo de entidades do candomblé, só ouvi dizer que o nome mencionado está relacionado à sexualidade! Então era melhor não brincar.
A moça eu vi outro dia, ela não me reconheceu, e eu não fiz questão de perguntar nada, só que eu estava contando esta história para os adolescentes da minha igreja, e um deles estava comigo, e sugeriu para atravessarmos a rua, falou que não era por medo! É que estava muito calor e que outro lado da calçada aparentava um pouco mais de frescor – detalhe não tinha nenhuma sombra do outro lado.

EM breve lanço meu livro, “Prólogos de uma vida Adulta” e o Conto da mulher que vivia no armário!

Conto com seu apoio, oração e incentivo, mais uma vez um ósculo, obrigado pela manifestação de carinho, de protesto, de confiança. Deus tem nos chamado para sermos benção, e não nos tem dado espírito de temor.


Marquinho Camilo Santa´Ana